Em
1962 a Honda inaugurou na provinciana cidade de Suzuka, ao lado de uma de suas
fábricas, uma pista particular, que buscava servir de palco para a montadora
testar os carros e protótipos que desenvolvia. Logo, a pista começou a chamar a
atenção dos automobilistas japoneses. Com um traçado desafiador e, extremamente
veloz para a potência dos carros de turismo da época, o traçado se tornou em
pouco tempo o principal do país.
Takuma Sato - McLaren MP4/5 - 1989
A
pista de Suzuka entrou definitivamente para a história do automobilismo mundial
no ano de 1987, quando após duas tentativas fracassadas na pista de Fuji, o Japão
finalmente teria um palco à altura para a realização de seu GP. E que corrida
inaugural foi aquela. A dupla da Williams, que utilizava motores Honda, Nelson
Piquet e Nigel Mansell travava uma guerra interna. O embate terminou nos
treinos com uma pancada do inglês, que buscava descobrir os limites da pista
japonesa, o que de fato ele conseguiu. Nelson Piquet era coroado com o
tricampeonato e se tornava o novo rei da Fórmula 1. Na prova Berger venceu,
dando esperanças para os tifosis na busca do título do ano seguinte, que acabou
com completo domínio da McLaren Honda.
Minardi 1992
Foi
na pista japonesa que vimos o título do Senna em 1988, a dura derrota em 1989 e
o bi em 1990. Neste mesmo ano vimos o “renascimento”
do Piquet, trazendo na cola o amigo Moreno na Benetton, além do pódio de um
piloto da casa, com a terceira colocação de Aguri Suzuki. Em 1991 mais uma
festa do Brasil, mais um título do Senna, o terceiro e último. Ainda vimos o
Becão vencer ali em 1993, ocasião em que ostentou uma pequena bandeira do Japão
na lateral do capacete, agradecendo ao apoio que sempre recebeu dos nipônicos.
Aguri Suzuki - Larrousse 1990
A
pista de Suzuka era até então palco certo de vitórias brasileiras. Até a última
vitória do Ayrton, apenas em 1989 e 1992 o resultado da corrida não foi
positivo ao Brasil. Depois desta fase de ouro, tivemos apenas uma vitória
isolada de Barrichello na prova de 2003, assegurando desta forma, independente
do resultado de Michael Schumacher, o titulo para o alemão.
Jean Alesi - Lotus 101T 1989
No
aniversário de 50 anos da pista, que está sendo comemorado neste mês, com
diversos eventos, o público ganhou um belo presente no sábado, 03 de março.
Carros e pilotos que fizeram a história da pista e da Fórmula 1 andaram no
traçado, em apresentações que duraram pouco mais de quatro voltas, mas que
encantaram aos nostálgicos fãs.
Satoru Nakajima - Lotus 100T - 1988
Takuma Sato pilotou a McLaren MP4/5 de 1989, outro piloto nipônico,
Satoru Nakajima, o velho samurai, andou com a Lotus 100T de 1988. Jean Alesi
retornou ao traçado pilotando a Lotus 101T, que foi do mesmo Nakajima no ano de
1989. Com a Wiliams FW 11B, o veterano piloto japonês Kazuyoshi Hoshino, uma
espécie de Ingo Hoffman local, hoje dono de equipe na Super GT japonesa, fez o
traçado correto sem encher os pneus, como fez o Mansell em 1987. Aguri Suzuki
andou com sua Larrousse de 1990, a mesma que o levou ao pódio na prova vencida
por Piquet. Uma Minardi de 1992 e a Ferrari de 2003 completaram a festa.
Kazuyoshi Hoshino - Williams FW11B - 1987
O
público pode entrar na pista momentos antes dos monopostos andarem. Os carros
ficaram parados no grid e as pessoas envolta, ordeiramente, cada um chegava,
batia sua foto e saia para curtir alguma outra atração. A emoção de estar ali
foi enorme, ver de perto os boxes, andar na pista de tanta história e
conquistas, principalmente para o Brasil, foi um privilégio.
McLaren MP4/5 - 1989 - Boxes
O
evento ainda contou com provas da Fórmula Japão, uma espécie de GP2 japonesa,
demonstrações de carros de turismo, protótipos, motovelocidade, drift e
diversas atrações fora da pista.
Williams FW11B no meio do público
Parabéns Suzuka, e que mais 50 anos de
história estejam em seu caminho. Se possível, recheados de conquistas para o
Brasil.
Carro de Fórmula Japão
Dentro dos pitlane no templo de Suzuka